A época desportiva 2011-2012, agora em fase terminal, ficará
assinalada por um conjunto de resultados técnicos e desportivos bastante
positivos, para a nossa secção de Andebol. Em alguns casos, destaca-se mesmo o
valor histórico de algumas participações nunca antes atingidas, fruto de um
notável incremento organizativo e estrutural, assente numa filosofia formativa
bem definida e teoricamente enquadrada.
O assumir dessa filosofia resume-se essencialmente na
perspectiva de que a formação de atletas, desde as idades mais baixas (7-8
anos), constitui-se como a missão principal desta secção/modalidade, dando
resposta às necessidades da população onde a colectividade se inclui e
correspondendo ao seu papel integrador, formativo e socialmente útil.
Não nos cansaremos de realçar que os tempos vividos são de
uma extrema necessidade de resposta por parte de associações como a nossa, cuja
acção funcionará sempre como um importante ponto de equilíbrio entre as
ausências de referências e um desenvolvimento psicossocial indispensável.
Num momento de impensável retrocesso, onde o sistema
educativo desconsidera o valor formativo da sua única disciplina – a Educação
Física – capaz de desenvolver hábitos de vida activa e saudável e combater o
sedentarismo, emerge uma vez mais o valor do associativismo como uma das únicas
formas de proporcionar aos nossos jovens os hábitos, a convivência e os valores
intrínsecos ao desporto e à actividade física.
Com esse espirito e contando também com o empreendedorismo da
comunidade local, lográmos na presente temporada aumentar o número de atletas
federados em cerca de 40 %, com idades compreendidas entre os 7 e os 14 anos,
aos quais juntamos cerca de três dezenas de praticantes integrados em projectos
especiais. Desde a aplicação do nosso Plano Desportivo, iniciado em 2010, conseguimos
inverter a dificuldade em formar grupos-equipas abaixo do escalão iniciado
(13-14 anos), passando a constituir mais dois grupos abaixo destes, os infantis
(11-12 anos) e os minis (9-10 anos). Como consequência lográmos, pela primeira
vez enquanto clube, participar no Encontro Nacional de Minis, organizado pela
Federação de Andebol de Portugal, numa competição onde estiveram presentes 43
equipas oriundas de todo o país.
Aos resultados desportivos acrescentamos a excepcional época
da nossa equipa de iniciados, que apostada em elevar o nome do clube o mais
longe possível, conseguiu atingir a fase final da prova (após ultrapassar duas
fases de apuramento), onde conquistou um terceiro lugar «nacional».
Bem mais que a importância dos resultados desportivos
obtidos, satisfaz-nos a percepção de que para além da motivação competitiva, os
nossos jovens têm desenvolvido capacidades de entreajuda, cooperação, espirito
de grupo, amizade, que muito nos orgulham e que certamente os marcarão no
futuro, tal como já hoje condicionam a sua conduta no presente.
Neste sucesso assinalável não poderemos deixar de destacar a
importância de duas condições fundamentais.
Por um lado, a importância da participação dos pais e
encarregados de educação na vida desportiva dos seus educandos e a sua
colaboração e sintonia com as necessidades e exigências do nosso projecto
desportivo. A formação desportiva de qualquer jovem necessita decisivamente de
um enquadramento familiar adequado, sustentável e motivador, para que este desfrute
integralmente de uma prática desportiva saudável e qualificante para o seu
desenvolvimento. Temos procurado sensibilizar os «pais» para esta premissa e ao
mesmo tempo que procuramos cativar o seu crédito, temos recolhido indispensável
apoio na implementação das nossas estratégias. Os resultados desta relação
consideram-se, por este facto, bastante positivos.
Outra condição de sucesso que não podemos deixar de enquadrar
neste balanço, prende-se com o apoio dos nossos patrocinadores particulares. A
sustentabilidade de todo o nosso projecto assenta, com significativa
preponderância, nos apoios financeiros colectados a este nível, pelo que a
sensibilidade de alguns empresários locais merece ser destacada e enaltecida,
pela forma como, de algum modo, revelaram disponibilidade para acreditar na
importância deste projecto. Eles são naturalmente parte integrante do nosso
sucesso.
Para fechar este balanço, apenas a certeza que não nos
esperam tempos fáceis. A dinâmica de crescimento e sucesso deverão servir de mote
inspirador para continuarmos a acreditar que podemos e aspiramos a mais e
melhores resultados. Assim saibamos colectivamente corresponder ao desafio.
«ENQUANTO HOUVER ESTRADA PARA ANDAR, A
GENTE VAI CONTINUAR…»
(Jorge Palma, 2002, in
No Tempo dos Assassinos)
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